Uma aula sobre a transformação da Vila de Cabeças em Município de Governador Mangabeira (1962)
Texto Ficcional conta sobre a emancipação e histórias desse município do Recôncavo da Bahia
Autor: Luís Carlos Borges da Silva
(Mestrando em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas)
Email: borgeslc70@gmail.com
Supervisor do tirocínio: Leandro Antonio de Almeida
AS FONTES HISTÓRICAS
Nas primeiras semanas de aula, na Escola Estadual Zumbi dos Palmares, do munício de Governador Mangabeira (Bahia), o professor de História, Cauã Conceição realizou um estudo introdutório do ensino desse componente curricular, destacando: por que estudar História, o conceito de História, a divisão tradicional da história e os tipos de correntes historiográficas. Nas aulas seguintes nas turmas de 1º ano do Ensino Médio, ele passou a estudar fontes históricas, conceituando-as como: “tudo aquilo produzido pela humanidade no tempo e no espaço; a herança material e imaterial deixada pelos antepassados que serve para a construção do conhecimento histórico” (SILVA e SILVA, 2010, p.158). Ainda mencionou os tipos de fontes históricas: escrita, imagética, oral e das culturas material e imaterial.
Prosseguindo com a aula, o educador solicitou que os alunos apresentassem exemplos dos tipos de fontes. Alguns acertaram, outros fizeram confusão entre fontes e referências bibliográficas, chegando a citar vários livros como apenas fontes históricas. Outros ficaram com dúvidas sobre as fontes orais, achando que qualquer fala já poderia ser considerada uma fonte, bem como mencionaram coisas ou objetos sem um reconhecimento específico em relação as fontes das culturas material e imaterial. Também, tiveram dificuldades de relacionar a palavra imagética, como derivada de imagens.
A partir desse contexto, o professor fez uma definição dos tipos de fontes históricas, utilizando exemplos relacionados à Vila de Cabeças. Fontes escritas - um documento oficial, uma carta, um artigo de jornal ou revista, uma letra de música, um poema, um livro e etc. Exemplo: trechos de um livro que conta a origem do nome Cabeças. Fontes Imagéticas: pinturas, fotografias, caricaturas, desenhos, filmes, histórias em quadrinhos, produções na internet e outros. Exemplo: fotografia de tropeiros passando pela Vila de Cabeças na década de 1940. Fontes Orais: consistem em depoimentos de pessoas sobre os mais diferentes aspectos da vida. Exemplo: depoimento da senhora Rosália Barbosa - primeira telefonista da Vila de Cabeças. Fontes das culturas material e imaterial: restos de moradias, de artefatos domésticos, instrumentos de trabalho e de caça, além de festas, danças, músicas e etc. Exemplo: ferro de passar roupa movido a brasa e o samba de roda e as rezas de Cosme e Damião.
No final da aula, Cauã solicitou uma atividade para próxima semana, ou seja, uma pesquisa sobre fontes históricas relacionadas à transformação da Vila de Cabeças, no município de Governador Mangabeira. Para tanto, enviou ao líder da sala textos, artigos, fotografias e livros em pdf, a serem compartilhados no grupo do WhatsApp de cada turma, para fundamentar a pesquisa solicitada, levando em consideração as temáticas: origem do nome Cabeças, o beneficiamento de tabaco nos armazéns da Vila e a Transformação da Vila em município de Governador Mangabeira.
A ORIGEM DO NOME CABEÇAS
Nas aulas da semana seguinte, em todas as turmas, o professor Cauã incialmente reforçou a importância das fontes históricas para o ofício do Historiador, depois solicitou para que os alunos apresentassem de forma espontânea o que encontram na pesquisa. Na turma do 1º AM, o estudante Murilo afirmou ter encontrado fontes escritas relacionadas à origem do nome Cabeças, destacando trechos do livro do memorialista Antônio Pereira da Mota Junior:
Era a época do bacamarte traiçoeiro! Era a época das chacinas por encomendas! Ai mesmo, ao lado, no leito da via pública, jaziam os corpos decapitados. O trecho, local, não tinha, até então, segundo parece, nenhuma denominação, visto que, o escabroso acontecimento figurara aos olhares assustados dos transeuntes às pontas das estacas dando o nome daqueles cofres de pensamento, ali trancados para eternidade, pelo chumbo quente, como legado, até o dia 14 de março de 1962 (MOTTA JÙNIOR, 1962. In: SILVA, 2012, p. 35).
Murilo e os outros alunos acharam as informações interessantes, mas não gostaram da origem do nome, pois estava associado a uma tragédia. Também chegaram a comentar como seria caso estivessem em outra cidade e alguém perguntasse “onde você mora?” Afirmariam nas “Cabeças”, algo estranho para eles. De fato, o mito da fundação da Vila de Cabeças está associado à ideia de chacinas. Outros memorialistas, como a professora Angelita Gesteira e o senhor Sebastião Pereira, também mencionaram algo desse tipo, concepções que podem ser associadas ao que o historiador Eric Hobsbawn, classificou como “invenção de uma tradição”.
O BENEFICIAMENTO E COMÉRCIO DE FUMO NA VILA DE CABEÇAS
Já as alunas Dandara e Jaci, e os alunos Robson e Tiago, também do 1º AM, acharam interessante trazer algo relacionado às fontes orais e ao poder econômico desenvolvido na Vila de Cabeças. Partiram de alguns armazéns de fumo, com destaque para o pertencente ao coronel João Altino da Fonseca. A constatação partiu do depoimento do senhor Efraim Fonseca (2000), presente em um dos textos sugeridos pelo professor: “ele exportava fumo até para Europa. Ele tinha muito negócio com a Alemanha e a França. Ele montou a firma dele, vendia direto e negociava direto. Tornou-se o homem mais rico do vale do Paraguaçu. (FONSECA, Efraim Nunes. Depoimento, 2000. In: SILVA, 2012, p. 37).
Na aula da turma do 1º BM, o que chamou atenção de muitos alunos foram as fontes imagéticas, existentes em um livro disponibilizado pelo professor, com destaque para as fotos dos armazéns de fumo que pertenciam à família Fonseca, gerando um debate acerca do plantio e beneficiamento dessa lavoura, além da localização atual desses dois estabelecimento no centro da cidade de Governador Mangabeira. O professor concedeu meio ponto extra para a aluna Rebeca porque ela acertou a localização do prédio. O prédio que vemos à esquerda da primeira imagem (abaixo) ficava onde é hoje a casa de móveis Joseane, e o da segunda imagem ficava em frente atual Prefeitura. Ambos prédios foram demolidos. Seguem as mencionadas imagens:
Realmente, o beneficiamento do tabaco contribuiu para o crescimento da Vila de Cabeças. Somente o armazém do coronel João Altino exportava por ano 50 mil arrobas de fumo para Europa, empregando mais de 100 pessoas. Em 1941, o escritor muritibano, Anfilófio de Castro já descrevia a Vila dessa forma: “Cabeças, dá-lhe vida o seu comércio de fumo, de grande vulto, e o de portas abertas, com armazéns de secos e molhadas, padaria, farmácia e lojas de fazenda. Tem agência Postal e três escolas de ensino primário” (CASTRO, Anfilófio de. 1941. In: SILVA, 2012, p. 33). Esse desenvolvimento econômico contribuiu para que o Governador do Estado, Juracy Magalhães, instalasse na Vila uma coletoria de impostos em 1959, sendo que o gerente desse órgão, o senhor Agnaldo Viana Pereira, acabou se transformou no primeiro prefeito do município de Governador Mangabeira.
A TRANSFORMAÇÃO DA VILA DE CABEÇAS EM MUNICÍPIO DE GOVERNADOR MANGABEIRA
Na turma do 1º CM existiu um maior interesse pelo processo de emancipação política da Vila de Cabeças, a qual aconteceu em 14 de março de 1962. Os alunos Carlos João e Agnaldo destacaram um fonte escrita, extraída do livro de atas da Câmara de Vereadores de Muritiba. Nessa fonte, os parlamentares representantes da Vila (Malaquias Ferreira, Manoel Machado Pedreira e Amando Alves), demonstram a importância da emancipação para o povo da Vila, uma vez que Cabeças fazia parte do território do município de Muritiba. Por sua vez, a aluna Cleonice, chamou atenção para os limites territoriais do novo município, publicado no Diário Oficial de 15/03/1962:
Artigo 1.º - Fica criado o município de Governador Mangabeira, desmembrado do de Muritiba, com os seguintes limites: Com o município de Conceição da Feira: começa na foz do riacho dos Brejos no rio Paraguaçu e pelo talvegue deste abaixo até o riacho do Saco. Com o município de Cachoeira: começa na foz do riacho do Saco no rio Paraguaçu e pelo talvegue deste abaixo até a foz do rio das Léguas. Com o município de Muritiba: começa no rio Paraguaçu na foz do rio das Léguas, sobe por este até sua nascente: daí em reta a nascente do riacho do Cabocó; daí em reta ao centro da Lagoa dos Palames; daí em reta ao centro da lagoa da Taparoroca; daí em reta ao centro da lagoa do Jacarezinho; daí em reta ao centro da lagoa do Carpina; e finalmente em reta a foz do riacho dos Brejos no rio Paraguaçu (Diário Oficial do Estado da Bahia, 1962. In: SILVA, 2012, p. 43).
Ainda na aula do 1º CM foi discutido a escolha do nome para o novo município, uma vez que os políticos da época e parte da população consideravam o nome Cabeças não “civilizado” para a denominação do recém criado município. Assim, a opção foi pelo nome do ex-governador da Bahia, Otávio Mangabeira (1886-1960), que foi Vereador pela cidade de Salvador, Deputado Federal, Ministro das Relações Exteriores, Governador da Bahia de 1947 a 1951 e Senador. O governador construiu o aeroporto 2 de Julho, o estádio da Fonte Nova e a Escola Parque, idealizada pelo seu Secretário de Educação, Anísio Teixeira. Salientando que, além do nome de Governador Mangabeira, existiram mais três sugestões para a designação do novo município da Federação, como observou a aluna Cláudia em sua pesquisa, citando o depoimento do primeiro prefeito da cidade, Agnaldo Viana Pereira, acerca desse assunto:
O senhor Enoque, filho daqui da terra, era viajante – vendedor de mercadorias. Chegou à loja de Antônio Martins para ele escolher os panos para comprar e ali era ponto de encontro para as grandes conversas. Então ele disse: eu soube que vocês tão querendo passar isso aqui a cidade? Que nome vocês vão dar a isso aqui? Eu respondi: tem gente que quer que chame Betânia, outros três Palmeiras, outras João Altino. Agora sabe o nome que vocês devem dar aqui? Otávio Mangabeira, para prestar uma homenagem ao maior homem deste Estado, que morreu no ano passado (PEREIRA, Agnaldo Viana, 2003. In: SILVA, 2012, p. 45)
Nas turmas 1º AV e BV, os estudantes destacaram uma fonte escrita, uma matéria de um jornal de uma cidade da região, divulgando os resultados da primeira eleição para prefeito da cidade de Governador Mangabeira, realizada em 7 de outubro de 1962. “Para prefeito – Agnaldo Viana 456, Malaquias Ferreira 311. Dessa forma, Governador Mangabeira, elegeu o seu primeiro prefeito municipal, o Sr. Agnaldo Viana” (Jornal Correio de São Félix, 1962. In SILVA, 2012, p 48). Nessa mesma aula, o estudante Jailton informou que, através de uma pesquisa na internet, descobriu que o escritor Jorge Amado assumiu em 1961 a Cadeira 23 na Academia Brasileira de Letras na vaga deixada por Otávio Mangabeira.
Na última aula da semana do professor Cauã, na turma do 1º DM, aconteceram relatos surpreendentes acerca de fontes históricas das culturas material e imaterial. O aluno Luís Felipe apresentou fotos de vários objetos como máquina de datilografar, disco de vinil, candeeiro, ferro de passar roupa movido a brasa e etc., que ficam em exposição no minimuseu da Galeria Dona Santana, nome em homenagem a sua avó. Já o aluno Ricardo apresentou uma fotografia da casa de farinha no modelo artesanal construída pelo seu avô Vadolmiro, o qual completou em junho, 104 anos de idade.
Os estudantes Daniela e Osmax falaram dos detalhes contados por sua mãe acerca das rezas de Cosme Damião e das festas juninas que aconteciam na casa de sua avó na localidade de Queimadas. Já os irmãos Levi e Davi mencionaram a leitura que realizaram sobre a festa de Santo Reis na localidade de Aldeia que, nos anos 60 e 70, era realizada com bumba-meu-boi, burrinha de beira mar, baianas e os músicos que animavam a festa vinham da cidade de Conceição de Feira. Também, relataram informações sobre a Barragem do Guinle, na época localizada na atual localidade de Bananeira, mas hoje submersa devido a construção da Barragem de Pedra do Cavalo. Por sua vez, o aluno Josinei, trouxe informações sobre o Terreiro de Candomblé Yiê Oyó Mecê Alaketu Axé Ogum, fundado em 1963 pelo senhor Leopoldo Silvério da Rocha (1944-2006), localizado atualmente no bairro do Portão, município de Governador Mangabeira.
Por último, a aluna Mirian apresentou informações passadas pelo seu avô, trabalhador na construção da BR 101. Seu avô lembrou que, para chegar até Salvador, os carros tinham que passar por dentro da Vila de Cabeças, seguindo até Muritiba e Cachoeira, pois a BR 101 só foi inaugurada em 1974. Ainda relatou sobre a estrutura urbana da cidade de Cruz das Almas nos anos 60, onde era a cadeia, por exemplo, hoje funciona a Casa da Cultura. Também existia uma estação de trem, cujo prédio está localizado no entorno do espaço em que acontece a festa de São João, atualmente. A estudante também lembrou do ofício de rezadeira praticado por sua avó, com quem chegou aprender algumas dessas rezas, como a de olhado.
Com dois te botaro, com três eu te tiro, com os puder de Deus e da virgem Maria. Foi de feia, foi de magra, foi de gorda, foi no cume, no bebe, na esperteza, na buniteza eu tiro esse olhado, esse quebranto, com os puder de Deus e da virgem Maria de fulana com má zoi te olharo com bom zoi eu tiro esse quebranto essa mufina, com os puder de Deus e da virgem Maria (FLORES, Benedita Guedes, 2020, In: SILVA, 2023, p. 22).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término de cada aula, o professor Cauã, observou que os alunos diminuíram as suas dúvidas sobre o conceito de fontes históricas e suas divisões, muitos conseguiram citar exemplos de cada tipo de fonte, até produziram vídeos para postar nas suas redes sociais. Também, a partir da explicação do mencionado docente, boa parte dos estudantes conseguiram diferenciar fonte de referência bibliográfica, sendo que está última, consiste em uma série de elementos que identifica uma obra, mas para essa obra (livros, artigos, texto, revistas e outros), ser produzida o autor se utilizou das fontes.
Sobre o autor Luís Carlos Borges da Silva
Licenciou-se em História pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), e se especializou em História Regional pela UNEB (Universidade do Estado da Bahia) e também se especializou em História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena pela FAMAM (Faculdade Maria Milza) e pela UFRB (Universidade do Recôncavo da Bahia). Atualmente cursa o mestrado em História da África da Diáspora e dos Povos Indígenas pela UFRB, e é professor do Colégio Estadual Professor Edgard Santos – Governador Mangabeira (BA) e da Escola São Luís – Muritiba (BA). Para entrar em contato com ele, envie uma mensagem para o e-mail borgeslc70@gmail.com
FONTES:
Escritas
CASTRO, Anfilofio de. Muritiba – Sua História. Seus Fados. Salvador: Tipografia Naval, 1941.
DIÁRIO OFICIAL do Estado da Bahia. Criação do município de Governador Mangabeira: Governador Câmara de Vereadores (arquivo), 2004.
JORNAL Correio de São Félix. Primeira Eleição em Governador Mangabeira. São Félix: Arquivo Público. In: In: SILVA, Elizabete Rodrigues e CONCEIÇÃO, Alaize Santos da. 50 anos de Governador Mangabeira: perspectivas históricas e sociais. Governador Mangabeira: Textura, 2012.
MOTA JÚNIOR, Antonio Pereira. Chacina que deu Nome à Localidade de Governador Mangabeira. Feira de Santana: Folha do Norte, 1962. In: SILVA, Elizabete Rodrigues e CONCEIÇÃO, Alaize Santos da. 50 anos de Governador Mangabeira: perspectivas históricas e sociais. Governador Mangabeira: Textura, 2012.
Orais
PEREIRA, Agnaldo Viana. Depoimento (entrevista). Governador Mangabeira, 04/01/2003. In: SILVA, Elizabete Rodrigues e CONCEIÇÃO, Alaize Santos da. 50 anos de Governador Mangabeira: perspectivas históricas e sociais. Governador Mangabeira: Textura, 2012.
FLORES, Benedita Guedes. Depoimentos (Depoimento). Carro Quebrado - Muritiba: 08/03/2020. In: SILVA, Mirian Flores de Jesus da. Com dois te botaram, com três eu te tiro, com os poderes de Deus e da Virgem Maria”: Crenças e Devoções na zona rural de Muritiba - Bahia (1970 - 2000). Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Cachoeira: UFRB, 2024.
FONSECA, Efraim Nunes. Depoimento (Entrevista), 13/05/2000. In: SILVA, Elizabete Rodrigues e CONCEIÇÃO, Alaize Santos da. 50 anos de Governador Mangabeira: perspectivas históricas e sociais. Governador Mangabeira: Textura, 2012.
Imagéticas
MOTA, Maria Angélica da Silva R. da. Ilustração 4. In: SILVA, Luís Carlos Borges da Silva e MOTA, Maria Angélica da Silva Rezende. “Não Tinha um martelo como o meu”: memorias do senhor Valdomiro de Souza Rezende (Vadu). Governador Mangabeira: Nova Civilização, 2024.
RODRIGUES, Maria da Silva. Ilustração 5. In: SILVA, Luís Carlos Borges da Silva e MOTA, Maria Angélica da Silva Rezende. “Não Tinha um martelo como o meu”: memorias do senhor Valdomiro
de Souza Rezende (Vadu). Governador Mangabeira: Nova Civilização, 2024.
SILVA, Luís Carlos Borges da. Ilustrações 1 e 2. In: SILVA, Luís Carlos Borges da Silva e MOTA, Maria Angélica da Silva Rezende. “Não Tinha um martelo como o meu”: memorias do senhor Valdomiro de Souza Rezende (Vadu). Governador Mangabeira: Nova Civilização, 2024.
______. Ilustração 3. Arquivo particular.
______. Ilustração 6. Arquivo Particular.
REFERÊNCIAS
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História – Sociedade e Cidadania. Vol. 1, 2ª ed. São Paulo: FTD, 2016.
SILVA, Kalina Vanderlei e SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.
SILVA, Luís Carlos Borges da. A Vila e o Coronel: poder local na Vila de Cabeças – Bahia (1920-1962). In: SILVA, Elizabete Rodrigues e CONCEIÇÃO, Alaize Santos da. 50 anos de Governador Mangabeira: perspectivas históricas e sociais. Governador Mangabeira: Textura, 2012.
______. A importância do estudo de História Regional e Local na Educação Básica. XXVII Simpósio Nacional de História. Natal: ANPUH, 2013. Disponível em: www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1372277415_ARQUIVO_Artigo-HistoriaRegional_NATAL_.pdf. Acesso em 13/12/2024.
_______. O Terreiro de Candomblé de Pai Leopoldo (Representações e Simbolismo: 1963 – 2006). XI Encontro Nacional de História Oral. Rio de Janeiro: ABHO, 2012. Disponível em: https://www.encontro2012.historiaoral.org.br/resources/anais/3/1339023569_ARQUIVO_CANDOMBLEDELEOPOLDO_TEXTO_.pdf. Acesso em 29/12/2024.
SILVA, Luís Carlos Borges da Silva e MOTA, Maria Angélica da Silva Rezende. “Não Tinha um martelo como o meu”: memorias do senhor Valdomiro de Souza Rezende (Vadu). Governador Mangabeira: Nova Civilização, 2024.
SILVA, Mirian Flores de Jesus da. Com dois te botaram, com três eu te tiro, com os poderes de Deus e da Virgem Maria”: Crenças e Devoções na zona rural de Muritiba - Bahia (1970 - 2000). Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Cachoeira: UFRB, 2024.
COMENTÁRIO AO PROFESSOR
Nos últimos anos, a História Regional e Local ganhou destaque nos espaços acadêmicos, sendo desenvolvidas várias pesquisas relacionadas a diversos temas, envolvendo a cultura, sociedade, economia e política de uma determinada região ou um município. Na educação básica, nas aulas de História, cada vez mais são incluídos estudos sobre assuntos vinculados à realidade de vida dos estudantes e dos seus ancestrais, além do cotidiano das pessoas que habitaram ou habitam um determinada cidade, comunidade, povoado ou uma região. Essa inclusão torna o ensino e aprendizagem da História próximos da vida dos educandos, ultrapassando aquela velha vertente historiográfica, em que a prioridade são temas gerais e nacionais, muitas vezes distantes de uma realidade em que os educandos se encontram inseridos.
A partir desse contexto, apresento nesse texto uma breve narrativa da transformação da Vila de Cabeças em município de Governador Mangabeira em 1962. Para tanto, utilizei como fontes as pesquisas realizadas para a produção da minha monografia de especialização em História Regional e Local, em 2004 pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus 5 – Santo Antônio de Jesus, a qual têm o título de: A Vila e o Coronel: poder local na vila de Cabeças (1920-1962), além de outros textos relacionados as temáticas em foco.
O texto foi uma sugestão do professor Leandro Antônio de Almeida, através do componente curricular de Ensino de História, do curso de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), fruto da minha participação no cumprimento do Tirocínio, exigido pelo Mestrado em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas da UFRB. A narrativa consiste em uma ficção que apresenta um diálogo entre um professor de História do 1º ano do ensino médio e seus alunos. É um estudo sobre fontes históricas, abordando a temática da transformação da Vila de Cabeças em município de Govenador Mangabeira, levando em consideração os subtemas: a origem do nome Cabeças, o beneficiamento do fumo nos armazéns existentes na Vila e o processo de emancipação política da Vila.
A partir dessa narrativa, nota-se a gama de possibilidade para se trabalhar com fontes históricas na educação básica, sendo os conteúdos relacionados a temas da História Local e Regional, aproximando o processo de ensino e aprendizagem de uma passado com maior vinculação à história de vida dos estudantes e dos seus antepassados. Evidentemente, existem diversas possibilidades de se estudar a História da Vila de Cabeças e consequentemente sua transformação em município de Governador Mangabeira. Porém, nesse texto, busquei, de forma breve, tornar visível a riqueza de detalhes do saber históricos de homens e mulheres inseridos nesse contexto histórico, contribuindo para a produção de um conhecimento histórico dinâmico e plural.
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